terça-feira, 21 de dezembro de 2010

#7

Ô aninho desgraçado. Mas 2010 tá acabando e, apesar não de criar muitas expectativas para 2011, espero que chegue logo. Mas o que você e esse blog tem com isso? Nada. Só queria deixar esse comentário caso eu não publique mais nenhuma edição esse ano. E é claro que eu não vou. Já é quase natal e a cada edição eu demoro mais para escrever alguma coisa. A verdade é que a #8 pode sair só em fevereiro, isso se ela sair.

Enfim, vamos lá. Nesse final de ano, por vários motivos, eu pirei em filmes. Vi vários, mas vou deixar quase todos de fora dessa edição. Escolhi para comentar apenas As melhores coisas do mundo, Muita calma nessa hora e Chuvas de verão. Os livros da vez são Persépolis, da Marjane Satrapi e É claro que você sabe do que estou falando, da Miranda July.

As melhores coisas do mundo é mais um fruto da parceira de Laís Bodanzky e Luís Bolognesi, ela como diretora e ele como roteirista. Juntos eles já fizeram filmes como Bicho de sete cabeças e Chega de saudade. Mas esse é diferente, ele é despretensioso. Ou não. As melhores coisas do mundo tenta fazer um filme para adolescentes, com cara de adolescente. Uma tarefa que muita gente já tentou fazer e não conseguiu. Pelo menos aqui isso funcionou. Senti mó saudade das festinhas de 15 anos, das batidinhas de morango, do clima de paquera e tantas outras coisas. A nostalgia foi praticamente incontrolável. Se você ainda não viu esse longa, tire todo o medo do seu coração, releve o fato do Fiuk ser um dos atores principais e dê uma chance de peito aberto. É sério, dá para se surpreender.

Depois de Xica da Silva e antes de Bye Bye Brasil, duas renomadas obras do cinema nacional, Carlos “Cacá” Diegues lançou Chuvas de Verão em 1977. Apesar de ser mais discreto que os outros filmes citados do autor, Chuvas de Verão é tão bacana quanto eles. De uma forma sutil, Diegues cria, ao contar a história de um homem que resolve descansar e viver, quando enfim consegue sua tão sonhada aposentadoria, uma trama cheia de personagens interessantes, repleta de estereótipos cariocas.

Muita calma nessa hora era o aguardado longa que trazia em seu elenco quase todos novos e velhos comediantes brasileiros que estão em alta no momento. Além disso, o roteiro é do Bruno Mazzeo, provavelmente o nome mais popular do humor nacional atual, ao lado, claro, do Adnet. Apesar de tudo isso o filme é fraco, bem fraco. As piadas, que por sinal são a aposta central do filme, são dignas de um episódio do Zorra Total e a história em si, só mais uma sessão da tarde. Algumas coisas ainda conseguiram ser divertidas, como a participação do Hermes e Renato, mas de uma forma geral não vale o ingresso no cinema.

Miranda July é uma dessas mulheres com mil talentos diferentes. Recentemente um amigo me emprestou um filme e um livro de contos dela. Ainda não vi o filme, mas o livro é fantástico. É claro que você do que estou falando é simples e intrigante. De uma forma geral, a impressão que eu tive enquanto lia é que estava conversando com uma mulher de uns quarenta e poucos anos que, com naturalidade e inocência, me contava coisas que ela realmente não deveria me contar. Mas não é só isso. Em cada conto ela assume uma postura, um personagem e uma personalidade diferente. Tudo isso sem perder sua identidade.

Persépolis é uma auto-biografia em quadrinhos de Marjane Satrapi, e só por isso já é bacana. A autora nasceu no Irã e vivenciou a guerra e as transformações culturais de seu país. Com o seu livro, além de trazer parte da história de seu país e de seus conflitos, ela, que foi enviada para o exterior para estudar, mostra os choques entre costumes e tradições que enfrentou na prática. Na verdade, Persépolis é muito mais legal do que isso tudo que escrevi, não sei deixe enganar. Se você ainda não escolheu o presente daquele amigo-secreto super maneiro da firma, vai sem dó e compra o livro.

Bom, eu paro por aqui. Se você leu todas as edições publicadas até hoje, muito obrigado. Se você não leu, não tem problema, gosto de você do mesmo jeito. Feliz natal, feliz ano novo e, ano que vem, assim que me animar, publico outra edição. Até lá.

Um comentário:

  1. Assisti Me and You and Everyone We Know, filme que eu descobri ser escrito, dirigido e protagonizado pela Miranda July só na hora dos créditos! Sabia que tinha lido esse nome em algum lugar, aí vim procurar aqui. haha
    O filme é muito bom, mas ainda estou digerindo. Agora fiquei super curiosa pra ler alguma coisa dela.

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