quarta-feira, 16 de novembro de 2011

#9

Pensei em voltar com o S2 no ano que vem. Sabe como é, né?! Ano novo, vida nova. Um bom momento de começar novos projetos e retomar alguns antigos. Bobagem. Fiquei com medo de desistir da ideia até chegar o próximo ano. Em um mês eu consigo mudar de ideia no mínimo umas três vezes. Imagina nos dois que eu tenho até 2012 chegar! Aí pensei, então até janeiro eu vou tentar colocar o blog em dia com as leituras que fiz durante 2011. Aí ano que vem volta ser meio que em tempo real isso aqui. O que acham? (Não vai dar certo).

Mas então é isso aí, vamos lá. Vou simplesmente ignorar o fato de que não escrevo nada aqui há quase um ano e começar. Se você sentiu minha falta, manda um S2 em algum lugar aí. Vou ficar feliz, sério.

Não sei bem sobre o que vou escrever. Só sei que não vai rolar nada de filmes mais uma vez. É melhor esconder o fato de que os únicos filmes que vi nos últimos meses foram coisas como Eclipse, Dragon Ball e aquela versão nova e bizarra do Karatê Kid. Sabe como é, preciso manter minha imagem. Mentira, vi mais coisa também, mas simplesmente não tô afim de escrever sobre isso.

Bom, dando sequência na linha de raciocínio da última edição (dei uma lida ali agora e, olha só, que calorosa que foi), li o livro Pequenos Pássaros, da Anaïs Nin. Li aqueles contos eróticos na praia, nos horários de almoço do sex shop, no meio de outras leituras como a edição Peludinhas da Revista Erotika (tinha uma chamada na capa que dizia “conheça a Amazônia”) e uma edição Kama Sutra especial com 365 posições diferentes (uma para cada dia do ano! Quase coloquei como meta da virada do ano tentar fazer todas ao longo de 2011, mas resolvi parar com os planos que não consigo cumprir).

Confesso que tava com medo da autora. Naquele livro com as colunas do Bukowski que comentei na edição passada tem uma parte que alguém pergunta se ele quer conhecer a Anaïs Nin, ele responde alguma coisa como “ah, não, ela é demais pra mim”. Achei que ela ia me destruir. Mas aí li o primeiro conto do livro e vi que ela não era tão má assim.

Engano meu. Só o primeiro era leve. A garota é pesada. Os outros contos me acertaram em cheio. São fortes e ousados. Ainda mais quando você pensa que ela escreveu tudo aquilo na década de 1940. Aquele erotismo todo deve ter dado trabalho, ein. É verdade que às vezes ela é um pouco repetitiva. Em Pequenos Pássaros os contos geralmente seguem, de uma forma geral, o mesmo roteiro base, mas se você tá procurando algum tipo de literatura erótica e não tá muito afim de parecer um tarado(a) convencional, pegue um livro da garota aí.

Depois disso li Os Beats, sabe? Aquele em quadrinhos lançado no ano passado sobre e geração beat. Então, ganhei de natal e devorei. Sou suspeito pra dizer, esse é um daqueles que acho que li na época certa. Li em um momento que meu interesse por quadrinhos e pelos beats estavam em alta. Mesmo assim, não gostei dele por completo. Não entendam mal, achei muito bacana, curti vários dos desenhistas do livro (não me lembro dos nomes agora e, pra piorar, emprestrei o livro pra alguém que não me lembro quem), mas outros não me agradaram tanto. Também achei cada parte curta e concisa o suficiente para não me deixar curioso ou satisfeito. Claro, isso não acontece em todos os capítulos, alguns foram até mais longe do que esperava e me fizeram repensar a classificação de “anti-herói” que dava para alguns dos autores citados (é que pode ser que alguns deles fossem simplesmente uns cuzões). Enfim, se você tá na pira, leia aí. Mal não vai fazer.

Calma, eu preciso lembrar o que li depois. Acho que ainda em janeiro eu li dois livros do Daniel Galera. O primeiro foi o segundo e o segundo foi o primeiro. Sacou? Meu guru literário (sim, eu tenho um) me recomendou O Até o dia em que o cão morreu, segundo livro lançado pelo Galera e primeiro romance do cara, e disse “olha, acho que é o que você tá procurando”.

Acho que era. Eu não sei bem o que aconteceu, mas eu realmente pirei no livro. Talvez, mais uma vez, tenha sido o lance do livro certo na hora certa. Gostei tanto que minha primeira reação foi sair indicando por aí. Na primeira tentativa já fiquei triste. Um amigo leu e não gostou.

Bom, tudo bem. Eu realmente gostei do livro. O Galera é direto, curto, forte e parece captar bem os dilemas da nova (nossa?) geração. A apatia, crise e medo do personagem são características que eu encontro em várias das pessoas ao meu redor e claro, em mim também (talvez eu deva esconder isso das pessoas). Vai ver esse foi o problema do meu amigo com o livro, ele é centrado, bem sucedido e responsável demais.

Depois de ler e pirar nesse aí eu resolvi encarar o primeiro dele, um de contos chamado Dentes Guardados que da pra ler de graça na internet. Esse eu já achei mais fraco. Não completamente, tem alguns contos que gostei pra valer, tipo aquele ‘manual para atropelar cachorros’ que até virou curta metragem - e que é bom também - e o ‘triângulo’. Outros são horríveis, tipo aquele ‘os mortos de marquês de sade’. Eu não sei se isso é motivo para achar o Galera bom, é um lance mais pessoal, mas eu me identifico com algumas coisas que ele escreve (não, eu nunca atropelei um cachorro).

Se você realmente se interessar e quiser ler algo do Daniel Galera eu até recomendo começar com o Dentes Guardados (afinal é o melhor custo-benefício), mas não se deixe abater pelo contos ruins. Uma vez vi o Sérgio Sant’Anna dizer que seu primeiro livro era detestável e que alguns contos ele iria renegar até a morte. Talvez o Galera faça o mesmo daqui uns anos. Talvez não.

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